Good Vibrations

Não sou, nem nunca fui, uma pessoa de crença, de fé. Não acredito nas coisas que dizem por aí, não gosto de religiões em geral, não rezo. Acredito, no entanto, que somos abastecidos de energia. Acredito, também, que as relações humanas entre si e com a natureza podem render energia extra ou esgotar a energia de alguém. Quem nunca se sentiu fraco depois de uma discussão, sem disposição e energia pra nada? Ou mesmo no trabalho, quando se sente esgotado em todos os sentidos. Bom, nisso eu acredito.

Pra mim Deus é essa energia. Ele não é um ser personificado, barbudo, que julga e pune as pessoas. Acho que existe sim uma vibração pulsante que nos abastece e interliga a todos, algo como o que chamam de “Superior”.

Ultimamente vem-se falando muito no tão esperado dia 21 de dezembro de 2012. Primeiro me sinto no dever de compartilhar que dia 21 de dezembro foi o dia que o meu pai morreu, em 1995. Desta forma, a data em si já me traz um significado. Porém não creio em cataclismos, julgamento final, catástrofes e fim do mundo.

Nos últimos anos pesquisei sobre religiões, assisti a documentários polêmicos, fui a centros espíritas, li livros e pensei muito. Aliás, mais que pensar, vivenciei muito as minhas próprias experiências conscientemente.

Eis que tudo isso culmina para uma mesma coisa: energia e evolução.

O documentário Zeitgeist, que já de cara mete os dois pés no peito nas crenças religiosas, explica astronomicamente o que é o 2012. Vale a pena assistir, mas o resumo disso é que Hórus (Egito), Mithra (Pérsia), Dionísio (Grécia), Krishna (Índia), e outros tantos como Jesus, todos nasceram anunciados por uma estrela no dia 25 de dezembro de uma virgem, operaram milagres, tiveram 12 discípulos, foram crucificados, morreram e ressuscitaram depois de 3 dias.

A explicação disso vem da compreensão do homem sobre o Sol e a vida que ele possibilita para nós. Sem sol, sem vida. É por isso que ele foi idolatrado e endeusado por diversas culturas. Antigamente usava-se muito das personificações para criar mitos que passassem essa compreensão adiante de forma mais lúdica através das gerações.

Foi assim que o sol, anunciado pela estrela Sírio – a mais brilhante – nasce no céu noturno do dia 24 e se alinha a três outras estrelas – Três Reis - conhecidas aqui como “Três Marias”. Assim, pelo alinhamento que aponta o nascimento do Sol, os Três Reis “seguem” a estrela Sírio. A Virgem Maria é a constelação Virgo, que tem por símbolo um virgem segurando trigo. Virgo é também conhecida por “Casa do Pão”, que representa Agosto e Setembro – meses de colheita . Jesus nasceu em Belém, certo? Belém vem da tradução de Bethlem, que por sua vez significa “Casa do Pão”. Ou seja, Belém é um lugar no céu, não na Terra.

Por três dias, o Sol se mantém na Constelação de Crux “parado” depois de ter se movido por seis meses na direção sul. Isso simbolizava a morte das colheitas. Depois desses três dias, porém, ele renasce ao norte, trazendo época de dias mais longos e colheitas melhores. Entendeu?

Bom, 2012 é o ano previsto para o final da Era de Peixes e início da Era de Aquário, uma era que visa “humanidade”.

Séculos de história nos mostraram como nos submetemos por tanto tempo ao poder da palavra da Igreja. Deus, aquele barbudo com chicotinho na mão, era o responsável por tudo de bom ou ruim que acontecesse. A população nascia numa determinada camada social que seria a sua para o resto da vida. Não havia ascensão de status, mas todos estavam amparados e acolhidos por Deus.

Depois da Inquisição e de uma Igreja desmascarada por Martinho Lutero, esse poder diminuiu e os questionamentos começaram. De repente as pessoas não se sentiam mais amparadas por Deus, afinal toda a fé que depositavam na Igreja caiu por terra junto aos padres corruptos, que não seguiam seus votos de castidade e pobreza. A insegurança espiritual levou a uma busca por algo em que acreditar, uma explicação para Deus que não fosse dada pela Igreja. Foi assim que passamos os últimos 600 anos nos acomodando enquanto esperamos por uma resposta. Lutamos pelo nosso espaço, pela individualidade e por uma tecnologia que nos amparasse, já que não havia mais em quem se apoiar.

Hoje, próximos da troca de Era, nos achamos inquietos. Não há mais com o que se ocupar. Descobrimos a ciência, desenvolvemos tecnologia, nos fechamos na segurança de nossas casas, nos escravizamos num sistema monetário e inventamos várias formas de entretenimento enquanto esperávamos por uma resposta sobre Deus, sobre a vida e todos os porquês.

Não há mais o que buscar. Sobrou apenas essa inquietação. Por quê? Bem, dentre minhas leituras, estamos entrando numa fase acelerada por causa de alinhamentos e do Cinturão de Fótons. Estudamos direitinho no colégio, então lembramos que massa maior atrai massa menor – lei da gravidade – e a Terra é atraída para o Sol. Estamos numa espiral em direção ao Grande Astro, o que vem deixando nossos ciclos menores e mais acelerados. Isso não é percebido, afinal – lei da relatividade – estamos parados em relação à Terra. Porém, vemos vivendo de forma mais acelerada e inquieta.

Depois de tentar entender o cristianismo – nunca consegui -, o budismo, o espiritismo e o espiritualismo, dentre outras, acabei criando uma fé própria. O mais engraçado é que este livro A Profecia Celestina, que eu tanto gostei e que tanto aparece nesse texto, assim como o documentário Zeitgeist culminam para alguns pontos em comum. O mais engraçado ainda é que algumas religiões também falam das mesmas coisas e filosofias.

É tudo uma questão energética. Somos munidos e sugados constantemente de energia. As relações humanas se dão por troca de energia, por aquela empatia ou “química” que nem sempre soubemos explicar. Quando um casal briga, nada mais faz do que disputar energia um do outro.

A Profecia Celestina tem uma explicação excelente para tudo isso. Mas antes, preciso falar de psicanálise explicar Lacan, e como eu , particularmente, interpreto o amor. Até o século passado, o amor era baseado na necessidade. Os casais se completavam: ele trabalha, ela cuida da casa. Essa necessidade mútua funcionava. O amor, hoje em dia, não se baseia mais na necessidade, mas na vontade. Existe individualidade dentro de um relacionamento. Cada pessoa tem suas vontades e princípios, tem seus amigos, passatempos, gostos e necessidades. Desta forma, não dá pra pensar que um relacionamento gera uma nova maneira de ser.

A mulher enfrentou diversos obstáculos para chegar onde está hoje. Temos independência financeira, liberdade de voto, de expressão e de fazer aquilo que nos der na telha! Não precisamos mais de homem, queremos! E é aí que entra o trecho do livro que eu tanto gostei. Nele, um psicólogo explica que a paixão é aquele sentimento que arrebata e nos infla com uma energia maravilhosa. Cada um é como um “C” que tem sua energia rodando até bater numa ponta e depois volta e fica caminhando neste vaivém. Ao encontrar a sua “metade”, os dois formam um “O”. Neste círculo tudo parece perfeito, pois a energia flui continuamente. Depois que passa a paixão, no entanto, as disputas por energia começam e aquele “O” já não funciona mais. Quando dois indivíduos são bem resolvidos quanto às suas necessidades e lidam bem com a forma de obter energia (alimentos, pensamentos, natureza etc), eles já são completos em si. Assim, quando dois “O”s se encontram, um só tem a agregar ao outro. Amar é transmitir e captar energia. Quando dois inteiros se amam, um emana energia ao outro, sem sugá-la.

O ponto que eu queria chegar é que essas pesquisas me levaram a um lugar comum. Mesmo alguns filmes, como Avatar, vêm trazer ao público uma noção de tudo isso que falei. E não só Avatar, mas Matrix, Wall-e (já vou explicar), Zeitgeist e todos aqueles filmes que tentam contar histórias de amor que não pareciam possíveis, mas, por algum motivo, são.

Filmes como Wall-e e Zeitgeist, assim como o tão citado livro A Profecia Celestina, sugerem que temos tecnologia o suficiente para desenvolvermos máquinas que façam tudo por nós até não mais dependermos do sistema monetário e possamos passar nosso tempo como bem entendermos. Utopias à parte, é interessante.

É chegada a hora sermos inteiros. As nossas buscas devem ser feitas com alegria e sem arrependimentos – foi o que tirei do budismo, e acho incrível. Acredito que buscamos a felicidade, mas esta não pode ser carregada de culpa, deve ser limpa e cheia de boas energias.

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